Comunicar é tornar comum. Uma ideia, um pensamento, uma intenção, uma mensagem. A ideia de tornar comum pressupõe dedicação, boa vontade da parte de quem fala, que deve se dedicar a conhecer bem o outro, saber de suas necessidades e de seu modo de ser e entender. É maravilhoso quando nós atingimos o objetivo de transmitir bem a nossa mensagem! A compreensão plena estabelece vínculos, provoca a reação que esperamos, gera harmonia… E consequentemente nos faz mais felizes!
Ao contrário, quando geramos mal entendidos, as consequências tendem a ser complicadas. Construímos percepção negativa, prejudicamos relacionamentos, criamos dificuldades às vezes intransponíveis.
São muitos os recursos que caracterizam a nossa comunicação. Utilizamos recursos não verbais, como postura, gestos, expressão facial. Recursos vocais, como o tom da nossa voz, o modo como articulamos as palavras, nossa velocidade de fala, as variações de intensidade. E recursos verbais. Estes têm relação com a escolha das palavras que utilizamos, com a forma como organizamos as frases, e com o uso ou não de barreiras verbais.
Barreiras verbais são expressões que impactam negativamente na nossa fala, que impedem ou dificultam a recepção correta da mensagem. Elas podem ser de vários tipos. É muito bom ficarmos atentos para evitar esse tipo de ruído na nossa comunicação.
Olha só: às vezes usamos palavras repetidas, como muletas, que acabam chamando mais a atenção do que o conteúdo que queremos transmitir. Sabe aquele professor que fala: “Né? Sabe? Entende? Percebe? Tá?” no final de cada frase? Os alunos acabam marcando quantas vezes ele repetiu a palavra, e nem se dão conta da informação!
Também tem aqueles que resolvem preencher os momentos de organização das ideias com vogais prolongadas, como “é…, an…”. Esse tipo de barreira constrói percepção de hesitação, de falta de fluência!
Às vezes a pessoa utiliza expressões que podem revelar preconceitos, generalizações, e ofender o interlocutor ou suas crenças. São exemplos desse tipo de barreira: “mulherada, judeuzada, gringo, turco, baianada, caipira, comunista, gordo…”.
Algumas expressões podem gerar dúvidas quanto à inteligência do interlocutor: “Está me compreendendo? Está acompanhando o raciocínio? Está claro?”. Lógico que isso desmotiva e incomoda o outro!
Tem palavras também que parecem querer transmitir uma intimidade irreal: “querida, fofa, amigão, meu amor”, fora de contexto. Também incomodam palavras sérias ditam em tom jocoso, gozador: “mestre, poeta, chefinho, doutor, comandante, professor”.
Há expressões também que diminuem o valor do que dizemos: “eu acho, pouco, pouquinho” e o uso geral de diminutivos. Esta situação é frequente infelizmente em líderes mulheres, o que pode enfraquecer o discurso.
Finalmente, há as palavras e expressões da “moda”, que de tão exaustivamente repetidas dão a impressão de falta de repertório. Nessa linha, já tivemos vários momentos marcantes: “a nível de, na verdade, com certeza, gerundismo exagerado, enfim, então, olha, via de regra, veja bem, agregar, tipo…”. A lista é imensa! E a mais nova de todas: “empoderamento”.
Bem, agora que você já conhece essa história, preste atenção na fala das pessoas ao seu redor… E principalmente, cuide da sua! Nada mais interessante do que construirmos uma impressão positiva a partir de nossa boa comunicação.
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